segunda-feira, 1 de março de 2010

Quando a vida é desalento.

De repente acorda, passa das dez. Porque dormira tanto? Todos os dias as coisas se repetem. Sono demais, comida demais, drogas demais, sexo demais. A bexiga muito cheia, o corpo quer livrar-se daquelas toxinas malditas que injerira ontem à noite e nas noites anteriores e anteriores ainda. Os olhos muito inchados, sabe que ficam assim sempre que chora e depois dorme, como uma criança. As pernas têm novos hematomas. A cabeça latejante, dói. Porque fizera isto consigo mesma? Todos os dias as coisas se repetem. Problemas demais, estresse demais, tristeza demais, solidão demais. A mente cansada concede ao corpo momentos lascivos de prazer. Prazeres de cama e mesa. E engordando, enchendo-se de bebidas e comprimidos, deixando-se levar para camas desconhecidas, chorando e vomitando toda madrugada sozinha é que percebe não estar bem. Será difícil descobrir do que precisa? Todos os dias as coisas se repetem. Acorda, pensando que quer mudar. Dorme, sem conseguir pensar em nada. Sem nenhuma esperança, às vezes tem certos pensamentos. O seu preferido é que um dia não irá mais ver seus olhos inchados no espelho, sentir dor, arrepender-se ou decepcionar-se com o que fizera nas noites anteriores pois, neste dia não irá acordar.

2 comentários:

  1. "todo dia de manha é a nostalgia das besteiras que fizemos ontem"
    me lembrou bem isso...
    lindo!

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  2. gostei. bem junkie, diria. algo como o roteiro do trainspotting. :)

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