É preciso viver. Ainda que a rotina se estabeleça, cansativa, monótona, desinteressante, é possível transformá-la em algo de inovação, pois sempre há algo novo. Sempre há um livro que não se leu ainda, um disco que ainda não se escutou, um lugar que não se foi, algo que não se tentou. E não digo no mundo, este ser inalcançável, longinquo. Digo facilmente acessível: um livro velho jogado em casa, um disco do cara do quarto ao lado, a praia da cidade distante. Sempre há. Sempre reclamo muito, do tédio, da monotonia, da solidão. Do tédio não me livro. E tem tantos livros neste quarto que eu gostaria de ler. Falta de tempo? Quantos e quantos livros comecei e a ler e parei antes da metade? Às vezes dá vontade de não dormir nunca, pra ver se dá tempo de ler tudo, devorar tudo numa noite. Mas os livros não lidos, histórias, informações pela metade, ficam me incomodando, deixando ainda mais desconfortável a sensação de tédio com a de atividades não terminadas. Tem sido minha maior meta: ler. Ler, entender, rabiscar os livros, e tenho conseguido, durante vinte páginas consecutivas. Depois disso os latidos dos cães, os desenhos das letras, os fragmentos de poeira na luz se tornam mais interessantes. Acho que é minha natureza o tédio. Mas sobre a inovação, digo: sempre há mesmo algo de novo. O meu medo é saber que existem tantas novas coisas e antigas também, desconhecidas, indecifradas, mas que lamento e temo: não me interessam ou sensibilizam.
O que melhor do que novidade para acabar com o tédio? sua reclamona. :*
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