quarta-feira, 26 de maio de 2010

Outra tentativa de estar em harmonia.

Se quiserem, venham todos: hoje ao menos, sejam livres. Viva você na ilha da realidade. Há música aqui, há vida correndo solta e passando pelos nossos pés, tão inocente. E voando, há cores no céu. Há pessoas, também, enfiadas no mato. Encontre as pessoas e perceba que no meio disso tudo que as nossas mãos não vão ser suficientes para tocar tantos corpos que procuram se entender nesse lençol estendido na grama agora. Os olhares cruzados, três ou mais. As cores tão vivas, chego a pensar  que são mais reais, o que faz do meu estado exatamente: real. Os cheiros tão fortes, cheiro que a gente não sente mais por aí: cheiro de gente. As formas dos corpos, peles, pêlos: relevos não convencionais. Tudo isso vai te saciar, assim como a mim. Nossas bocas se tocam em meio aos gemidos histéricos e os risos de felicidade, ah! que prazer que dá. Essa coisa de tocar: as peles se tocam, se esfregam, se apertam todas, corpos se envolvendo, fazendo o que querem fazer. Essa coisa de sentir: na carne, no espírito.  Tudo isso causado por essas outras pessoas. Tão estranhas, tão bonitas as pessoas. Só, não haveria harmonia. Os movimentos sincronizados com a guitarra que não pára de chorar e pedir que a gente mergulhe mais fundo nessa onda de insensatez. Uma pausa, uma busca solitária momentânea por outros objetivos. Encontro novas coisas, vivencio. Mais motivos depois de ouvir o crepitar do fogo queimando a erva enquanto trago devagar e sinto a fumaça presa transformar minha vontade de tudo em mais. E saio de uma roda para a outra, dançando de pés pisando sem medo a terra, pessoas cruzando o meu caminho outra vez, o verde ficando cada vez mais brilhante. Não sei porque, só sei que caí, num poço que gira sem parar, de um gosto de sangue doce demais. Posso dizer que vivi. Será a morte, o castigo, o medo, o destino que se faz sentir? E tudo o que eu fiz foi querer o que todo mundo quis: amor & vida.

Chove e renova.

domingo, 23 de maio de 2010

Vai também.

Você me diz que posso ir e conhecer o mundo.

E se volto e no mesmo lugar te encontro,
é que você ficou tanto tempo me esperando. .

Ei, o mundo também quer conhecer você!

quarta-feira, 19 de maio de 2010

Efêmero.

Efêmero é aquilo que dura só um dia.
Só - um - dia.

Mas fica na cabeça por muitos dias, muitos dias, muitos dias. . .

domingo, 16 de maio de 2010

Ah, eu gosto tanto de árvores...

Amor platônico, vazios e silêncio.

Te vejo como pessoa, homem, espírito criativo. Tu fazes a música, que me toca do jeito mais estranho. Mas um estranho completamente bom: como se todos os meus sentimentos fossem os mesmos que os teus e estivessem condensados e concentrados num ponto bem no meio do meu peito, que se contrai e se dilata. Teus acordes fortes, pesados, tão cheios de verdades sobre a minha natureza: mescla-se perfeitamente com o silêncio. Ar doce de melancolia. Vejo-me tanto nos desenhos perfeitos que fazes de coisas simples, de coisas inexistentes, de coisas cheias de vazios. Tu sentes, eu sei. Queria sentir-te perto, queria que me sentisses. Tu me fazes feliz sem saber a cada dia que vou ao encontro das tuas artes. Imagino tua vida encontrando a minha. Tu conhecerás e amarás também as minhas artes, espero tanto. Pelo dia em que tu me enxergarás por dentro.

quarta-feira, 12 de maio de 2010

Posso sentir de novo?

Tudo porque eu tenho medo demais daquilo que eu disse que eu queria pra mim: sentir. Mas quem pode ser só peito aberto e esquecer dos ventos que sopram aos ouvidos, freando emoções, silenciando gritos? E que pessoa, ao contrário, conseguiria dizer - Não. sozinha, por iniciativa própria? Que não quer viver isso, que prefere a normalidade limitada e prevista à emoção, à felicidade, à imprevisivilidade das noites sem futuro certo? Eu não poderia ser esse tipo de pessoa, nem nenhum tipo, nem que diz que não, nem que diz que sim, nem que não diz nada, mas te digo com os olhos que eu te quero, com a boca de palavras vazias eu te peço pra ir embora, ao mesmo tempo que com meus braços te apertando, tento te trazer pra perto - talvez pra dentro - de mim. E com minha mente obcecada pela realidade certa dos dias e todas as verdades do mundo, eu me percebo cada vez mais assim: tentando definir coisas, tentando fazer os pensamentos fazerem sentido, tentando fragmentar o que eu sinto. Juro que tento não pensar, me deixar levar, ser só das coisas efêmeras. E se não consigo, te digo: da próxima vez, tentarei melhor.