Me mostra de novo o gosto doce da tua baba, que me faz temer cair de tontura, minha cabeça é peso e o meu corpo é pluma, e se entrega àquilo que tu me ensinas ser beijo, eu aprendo contigo e até a razão se torna desejo, de aprender ainda um gosto mais forte, oculto na pele do teu corpo contínuo, escondido por pêlos, tremendo de querer, sem pausas, sem fôlego, ver o meu corpo que sem pudor também se mostra inteiro ao dizer o sim que o falar não compreende. É coisa mais viva o que a gente sente, saber o sabor na ponta da língua quente. Mostro minha forma e te tiro as palavras enquanto também me falta o ar. Me entrego à força do abraço que te proibi de me dar mas agora quero sempre, girar modificando o tempo. Quero mais e mais do gosto e do cheiro do fluxo da minha essência e do teu líquido puro que se misturam no momento em que estamos sendo amor pra gerar o que queremos ver crescendo e continuar com as vidas de agora, mas de nunca antes, que não se páram nem perdem, o desperdício é pensar em se. Quero o saber do nós que existe em mim e que sem pudor se satisfaz em si. Somos de um tempo de não saber existir depois, agora eu sei.