quarta-feira, 3 de fevereiro de 2010

Escrever, crescer.

Senti um impulso esses dias, senti que deveria começar a escrever. Para mim. Como meio de autoconhecimento. Sempre soube que comigo as coisas funcionam assim: eu aprendo muito de mim quando falo. Talvez eu nem volte a ler coisas que há muito tenha escrito aqui, mas já terá me servido muito o fato de ter parado para escrever, qualquer coisa, o que der vontade. Preciso de momentos mais meus, de reflexão. Porque se você não está satisfeito com o que é, tem que mudar, e não “é só querer”. É difícil, é um exercício constante de investigação pessoal. O que eu ando pensando, sentindo, necessitando? Como tenho agido? Os exercícios que no teatro me ajudavam a enxergar no meu íntimo aquelas dor e fome, me faziam bagunçar os pensamentos e questionar todas as coisas, parei de praticar. O que naquele tempo aprendi, durante apenas um ano, foi mais valioso do que talvez grande parte do conhecimento adquirido em todos os anos anteriores na minha vida. Só eu sei o quanto mudei, o quanto cresci. Não adianta conhecer as coisas sem conhecer a mim. Se fosse preciso, talvez eu não conseguisse dizer ao certo o que naquele tempo mudou em mim. Qual parte de mim despertou e qual deixou de existir. Mas o exercício do pensar, embora não traga respostas concretas, traz mudança. Acho que naquela época, com a prática de algum tipo inexato de autoconhecimento, eu não reparei o quanto mudava, só hoje posso perceber a grandeza disso tudo. Por isso, escrevo. Na esperança de conseguir entrar em contato com aquilo que eu sou outra vez. Mudar sempre e para melhor. Destruir todas as definições que o mundo me deu prontas, para construir novamente, com calma e coerência, conceitos que façam sentido para mim e para minha vida. Pois quero aproveitar ao máximo o tempo que tenho nessa vida para aprender, me modificar, crescer. Afinal é para isso que estou aqui. Enfim, espero com estas reflexões, conseguir organizar meus pensamentos, e me tornar uma pessoa mais consciente de mim mesma... e melhor.


"Pra mim, e isso pode ser muito pessoal, escrever é enfiar um dedo na garganta. Depois, claro, você peneira essa gosma, amolda-a, transforma. Pode sair até uma flor. Mas o momento decisivo é o dedo na garganta." Caio F.

"Quanto a escrever, mais vale um cachorro vivo" Clarice Lispector

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