Se quiserem, venham todos: hoje ao menos, sejam livres. Viva você na ilha da realidade. Há música aqui, há vida correndo solta e passando pelos nossos pés, tão inocente. E voando, há cores no céu. Há pessoas, também, enfiadas no mato. Encontre as pessoas e perceba que no meio disso tudo que as nossas mãos não vão ser suficientes para tocar tantos corpos que procuram se entender nesse lençol estendido na grama agora. Os olhares cruzados, três ou mais. As cores tão vivas, chego a pensar que são mais reais, o que faz do meu estado exatamente: real. Os cheiros tão fortes, cheiro que a gente não sente mais por aí: cheiro de gente. As formas dos corpos, peles, pêlos: relevos não convencionais. Tudo isso vai te saciar, assim como a mim. Nossas bocas se tocam em meio aos gemidos histéricos e os risos de felicidade, ah! que prazer que dá. Essa coisa de tocar: as peles se tocam, se esfregam, se apertam todas, corpos se envolvendo, fazendo o que querem fazer. Essa coisa de sentir: na carne, no espírito. Tudo isso causado por essas outras pessoas. Tão estranhas, tão bonitas as pessoas. Só, não haveria harmonia. Os movimentos sincronizados com a guitarra que não pára de chorar e pedir que a gente mergulhe mais fundo nessa onda de insensatez. Uma pausa, uma busca solitária momentânea por outros objetivos. Encontro novas coisas, vivencio. Mais motivos depois de ouvir o crepitar do fogo queimando a erva enquanto trago devagar e sinto a fumaça presa transformar minha vontade de tudo em mais. E saio de uma roda para a outra, dançando de pés pisando sem medo a terra, pessoas cruzando o meu caminho outra vez, o verde ficando cada vez mais brilhante. Não sei porque, só sei que caí, num poço que gira sem parar, de um gosto de sangue doce demais. Posso dizer que vivi. Será a morte, o castigo, o medo, o destino que se faz sentir? E tudo o que eu fiz foi querer o que todo mundo quis: amor & vida.
bonito...
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